terça-feira, outubro 09, 2007

Camelos.Leões.Borboletas

Camelos.Leões.Borboletas.Até tocar aquela música.Era aquela a música. Não podia ter certezas concretas, mas ninguém podia, de fato. Apenas eles. Era exatamente aquela música. Ele a reconhece e pula que nem um louco. Afoito. Radiante. Ela enlaçada com a sociedade, vestida de timidez,despia-se,gradativamente. Ele puxava ela com força e juntos levitavam sobre lembranças.Não havia mais ninguém para eles,apenas aquela música.

Era um círculo tedioso de repetições embaladas pela falta. Pré-destino sofismático. Masoquista.Paulatino. Ela se enganava com outros homens,outros nomes, outros sonhos. Sublimava concretamente,guiada, com seguro de vida. Asa-delta. Bungee jumping.E ele enlouquecia,aparições públicas,violência de desejo senil, fugas , funções, frustrações. Garrafas cheias.Vazias. Garrafadas,frias. Frio.

Mas ali tudo estava sub-aquela-música. A tangência individual estava translúcida. Eram crianças. Meu Deus, a música. Eles cantavam juntos, sem chuva dessa vez, mas não importava. Nada era tão relevante. Nem camelos.Nem leões. Nem borboletas. Submissão.Poder. Redescoberta. E todo esse limite fez-se descartável.

Era aquela foto que só eles podiam ver.O hino. Honra ao mérito mútuo. Primeiro beijo.Borboletas,camelos.Leões. Até a música terminar,enfim.

Por fim.Pós fim. Um beijo de despedida?Não. Apenas sorrisos desafinados. E fim. Borboletas,camelos.Leões. E assim retomaram a escravidão pacífica e passiva da normalidade.

8 comentários:

Unknown disse...

Lu, não sei expressar como estou orgulhosa de você!
É impressionante perceber o seu amadurecimento!
Simplesmente maravilhoso!
Sem palavras...
Não intorrompa a sua transformaçao, apenas pelo reconhecimento.
Te amo!
Bjaoooo

Anônimo disse...

Preciso mesmo????

Anônimo disse...

Parabéns, minha querida...adoro este seu jeito de escrever, eu te disse, né?
Gostei muito, idéias assim soltas ilustram muito bem o momento retratado...excelente texto, continue nos agraciando assim...um beijo grande!

Unknown disse...

Volúvel? ¿? ?
Gostei do jogo com a liberdade e “repressão”. Impulso instintivo!
Destaque para: “vestida de timidez, despia-se, gradativamente”.
Senti uma coisa muito boa em algumas passagens, mas o final, definitivamente... Triste!
Contudo, um grande final.

Beijos.

ૐ Dan Rocha ૐ disse...

Luciana, incrível esse poder que vc tem de jogar entre palvaras ações. Encantodora a forma como vc escreve.
Prometo a mim passar aqui muitas vezes mais!

beijos e Parabéns!

Unknown disse...

meu Deus...
sua evolução me assusta...
me assusta não por duvidar de sua capacidade e sim duvidar da minha inteligência.
Confesso q tive q reler (rs).
Dessa vez vc veio com um texto de dar um nó na cabeça e que dá akela vontade de decorar cada vírgula para tirar onda de intelectual...
Adorei lulu !!!
Um beijo enorme desse seu amigo tão sumido mas nem um pouco infiel!
saudade imensa...

Anônimo disse...

LU,
Cada vez me sinto mais orgulhosa e surpresa com sua capacidade de me envolver, revirar , rever , reler ...
Como mãe, trocamos sempre, porém como
leitora aprendo sempre.
Com uma ENORME admiração,
todo o amor, todo o carinho,
Marisa

q disse...

Apaixonado pelos textos digo que - acho que falo por muitos - queremos mais.

"Beijosenormes"!

Thiago Braga