quarta-feira, setembro 22, 2010

e assim foucault mestre jonas

Deixe seu recado após o sinal. Alô?Amor?Você ainda tá aí? Sou eu, Jonas. Olha, eu queria te dizer que eu ando sentindu-ūūūūūūūū...ēēēēē. ando tentandu-ūūūūūūūū. ah, você sabe, você sempre sabe essas coisas que eu não sei dizer, não tenho a palavra certa,... você entende, né?!. Eu só pensava. (biiiip) Porra, caiu!. Deixe seu recado após o sinal. Oi, sou eu de novo, eu dizia que só pensava que sabia quando resolvi te deixar, cumprir meus planos e morar pra sempre dentro daquela baleia. Desculpa, vai, mas eu só queria me guardar com(o) minhas gravatas, meus ternos de linho, CPF, RG, sozinho, ma(i)s, um. (biiiiip) Deixe seu recado após o sinal. Eu pensava que a vida seria mais fácil, ali, protegido dentro daquela baleia, que seria mais seguro que naquele grande navio que você me induzia a seguir, que...enfim. E que-mané navegar por esses mares(?!), pelas marés da lua, mergulhar sobre o incerto, meu Deus, sempre pensei que isso seria a maió viagem, ... ô, minha vida, ô, meu Amor, me per-. (biiiip) Deixe seu recado após o sinal. Eu dizia, me per...Doa. Eu tava comprometido, eu,... eu , eu tinha assinado papéis, eu pensava que ficaria ali até o fim da vida, que me fariam santo, como todos os outros santos ,por ter renunciado a você e as vontades de surpresa. Eu queria aquela.. como é o nome que eu dizia e você odiava? ēēēēē...ah, sim, anestesia da paixão, e me direcionariam os pedidos de salvação para as dores que o imprevisível traz, e me (biiiip). Deixe o seu recado após o sinal. Eu pensei que assim a angústia não me alcançaria, que a paz -ssividade do silêncio não seria ausência, que todo o dia eu poderia ser o do bom-vinho que senta em frente a lareira e vê o fogo queimar paralelo, ...sabe?! essas coisas todas que eu chamava nas nossas conversas malucas de coisas brancas e você logo já vinha falando em rever conceitos, lembra?, Mas agora, Amor, agora eu não sei mais falar em branco sem sentir aquele amargo da certeza sem todas-as-cores.(biiiiip) Deixe o seu recado após o sinal. Não,(-)Amor, eu imagino o que você vai sentir ouvindo isso, e você tem razão, sem todas-as-nossas-cores nunca faz o seu branco, mas eu não falo sobre aquele branco do centro, não , é o do esquecimento, do branco que é negro, que é vácuo, como a garganta da baleia que eu chamava de minha casa, minha cidade, como os dentes que trituravam o corpo que eu desconhecia que tinha. O corpo sensível que não tava nos meus planos, que poderia se partir e partia, que poderia doer e doía, só para que eu entrasse nisso, naquilo, só para me digerir correta-mente, só para me levar à (biiiip) Mer-da! Esta caixa postal está cheia. O proprietário necessita esvaziar sua caixa postal.(biiiip)

sexta-feira, setembro 10, 2010

clear-ação

Toda uma vida enrolada dentro de uma mesma cabeça, e aquela desculpa de li-beer-dade liberdade de criação. Isso para?... Você diz já foi, eu concordo contigo, sai de perto, um sopro de pensamento dispara. Diz, pára! E tudo que queríamos ter sido só para agradar, à luz câmeraação do dia, os nossos constantes relatórios prévios, breves, póstumos, do que um dia foi visto como apaixonável. Você fala “desconstrução”, eu concordo contigo; eu não sou daqui marinheiro,só, você não é de lá-ranjeiras, e pára de me olhar (,)estranho. Até seria, se eu não me apaixonasse por você.

Tenho saudades entre aspas. de uma forma de “paraíso” entre às mil vidas que me tangenciavam no hall de um cinema em Botafogo. Sento, e resolvo tomar um novo matte a cada entre de memória dos muitos cheques-mates das tuas calças xadrez. Entre o eu e o tu, entre o ato e o espírito, entra aí, pô!, ainda que seja melhor te ter de fora disso. Mais dois enteres, beleza,The End! Roteiro pronto, agora só falta buscar patrocínio para filmar.

Saio do hall, te vejo no outro lado da rua. Satisfeito, sorri. Um beijo rápido, um chocolate, falamos de coisas triviais, pegamos um cinema, seguimos sem pensar em fim. Taí uma boa fase para se existir.